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  • Foto do escritorGrupo Amora Terra

O caminho até o encontro - Marina Benini

Aproveitamos o período recluso e pandêmico para revisitar nossas histórias de vida que nos trouxeram para esse encontro-propósito "Amora Terra". Um exercício dispositivo da imersão "Colaboradora" do Instituto Procomum, no qual nossa amora Marina faz parte dessa edição digital e partilha conosco seus aprendizados e vivências.


 

Duas lembranças bem gostosas da minha infância são relativas ao ar livre, ao tempo livre e a natureza.

“Vamos pra praia, estamos indo pra Santos!” Ou ainda: “Vamos para a chácara do seu avô”! Ahhh.. que legais eram aqueles momentos! Poderia brincar livremente sem as regras da escola, poderia estar com minhas primas, avós, irmãs! Poderia brincar com a água, com a terra, andar de bicicleta, fazer buracos na areia meleca (areia com água, rs), comprar gibis da Mônica e andar descalça. Cheiro de natureza! Ah, que saudade!


Meus gostos pelo brincar e pela natureza sempre se mantiveram. Fui ganhando interesse pelas questões ambientais que vinham à tona no fim dos anos 90 e continuei gostando de brincar com as crianças. Quando chegou a hora de fazer uma faculdade, um novo curso surgia: Educação Ambiental em Ciências da Terra. Uau! Vi a possibilidade de atrelar o gosto por crianças, educação e meio ambiente. Me formei e sim, fui trabalhar na área ambiental. Segui o fluxo e parei em uma grande empresa multinacional, trabalhando com consultoria ambiental. Lá, passei 10 anos da minha vida, atuando com processos de licenciamento, que incluíam, também, a educação ambiental.

Já próxima dos 30 anos, comecei a repensar carreira, estilo de vida, estrutura de trabalho e etc. Me vi presa em formatos de trabalho que não me pertenciam mais. Estar ali gastando minha energia vital para ajudar a engavetar diretrizes ambientais e sentir que só ajudava grandes empreendedores a destruírem mais o planeta, não queria mais. Precisava rever meus valores, minha forma de ser e de me relacionar com a natureza, inclusive, com a minha própria educação ambiental. Sentia falta do lúdico, do brincar, de participar de processos que

realmente faziam sentido para mim, daquela sensação da infância.


Fui atrás de algo sobre jogos e eis que encontro a Pedagogia da Cooperação (PC), uma pós que abriu minha mente e meu coração, colaborou muito para despertar a minha essência, um tanto esquecida. Com a PC conheci os guerreiros Sem Armas (GSA), uma vivência integrativa que reúne jovens do mundo todo que querem ajudar a transformar o mundo. Nesta época, morava no Vale do Ribeira (lugar cheio de natureza também) e novas formas de viver e de morar foram se mostrando para mim. Por que não oficializar, então, este reencontro e ir morar em Santos? Reviver o cheiro da infância? Minha essência me chamava para a mudança.


Me despedi da grande jornada na empresa e parti para Santos, sem muito rumo, apenas me deixando guiar pelo coração. Lá fui descobrindo novos amiguis e (sabe o GSA?... ele acontece em Santos) mergulhei no GSA! Não era coincidência, era sintonia. Nesse processo, tive novos insights, novos contatos com as minhas sombras e fui despertando mais e mais para o contato com o simples, com a natureza... Saí (se é que se sai disso, rsrs) de lá renovada e precisava agir. Em paralelo conheci o movimento Lixo Zero e a partir disso, transformei minha forma de consumir e de gerar lixo. Vislumbrava novas formas de trabalhar com a educação ambiental, resgatando as ciências da terra e a cooperação. Ao mesmo tempo, fiz muitas viagens pelo Brasil e tive muitas inspirações, de pessoas e lugares. Pouco a pouco fui entendendo que eu não queria mais separar o trabalho daquilo que faz meus olhos brilharem. Eu estava me tornando uma empreendedora! A nova Marina, mais leve, mais conhecedora de si, mais autônoma e mais natureba tinha também uma nova família em Santos. As amigas que a vida me deu aqui também são empreendedoras, cheias de sonhos parecidos com os meus.


Em setembro de 2019, formamos o Amora Terra. O Amora Terra é um grupo de quatro mulheres ambientalistas, ativistas, cidadãs críticas, educadoras e feministas.

Nosso “slogan” é Brincar, Educar, Transformar. Queremos contribuir com a mudança do mundo por meio de vivências lúdicas e regenerativas, onde o ser humano se enxerga como ser natural e atua como cidadão crítico. Em paralelo também está nascendo o Vem Ser Eco, um caminho profissional para eu me aventurar em novas possibilidades também, com a minha MEI. Hoje respiro e me vejo empreendedora, realizando sonhos, buscando desejos e... sim, aqui tem aquele cheirinho de infância. É momento de inventar, volto a brincar!


 

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